quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

O fatalismo e a reprovação

Outra pérola que colhi do correio web (ver post anterior) foi que a mesma pessoa que criticava um procuradora por não ter lido nem 40% da bibliografia indicada no tópico afirmava que a diferença entre ela e os não aprovados seria que "nossa hora ainda não chegou". Isso se chama fatalismo, que é a crença de que as coisas acontecem no mundo independentemente da nossa vontade ou do nosso comportamento. Não me entendam mal, sou católico e acredito em Deus, mas acho que devemos assumir as responsabilidades pelos nossos fracassos do mesmo modo que assumimos os méritos das nossas vitórias. Quem tem hora é mulher grávida. A aprovação ou reprovação é mérito ou demérito do candidato. Pior que isso, o fatalismo impede que identifiquemos os defeitos que levaram à nossa reprovação. Se você acha que não passou porque não chegou a hora, vai continuar fazendo aquilo que fez até hoje e que não resolveu o problema. Einstein definia a insanidade como fazer a mesma coisa várias vezes e esperar resultados diferentes. A reprovação é uma importante oportunidade para reavaliar seu método de estudo, sua preparação psicológica para as provas, as matérias em que você está menos preparado, enfim, fazer um diagnóstico do motivo da não aprovação. Se você ficar só esperando a hora, pode ser que ela não chegue nunca. 

3 comentários:

  1. Caro Dr Edilson, vejo que o senhor é bastante franco, realmente traz à tona, que não existem fórmulas milagrosas, mas esforço, disciplina e dedicação. No entanto, a indústria dos cursinhos acaba por iludir muitos concurseiros que atribuem a culpa de seu insucesso às fatalidades da vida. Forte Abraço, Nilton

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  2. Posso dizer que a decisão de prestar concurso público foi uma lição de humildade para mim. Sempre fui muito boa aluna, fiz uma boa faculdade, passei nas provas de todos os estágios que quis e tirei uma das notas mais altas da prova da OAB. Achei que minha aprovação seria certa e rápida. Que engano! Passaram-se dois anos e sequer fui para uma segunda fase...antes, culpava o destino, falava que havia o fator sorte e que ele não estava ao meu lado! Realmente, acredito na vontade de Deus para minha vida, mas precisei descer do pedestal e enxergar as reprovações como fruto de uma má preparação! Além disso, cometia o mesmo erro do colega do correioweb: me perdia em milhares de livros. Bom, a única coisa que quero dizer é que eu me vejo no comentário do colega. Quer dizer, me via. Hoje mudei, aprendi a ser mais humilde, aprendi a ouvir os que já foram aprovados, aprendi a estudar de forma mais organizada e algo incrível aconteceu: não acredito mais que o fator sorte irá interferir, tenho certeza da minha aprovação, pois sei que aprendi a estudar da forma correta. Bom, o final dessa história ainda não aconteceu, mas espero um dia contar que passei na prova e sou Procuradora da República.

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  3. Parabéns pelo blog Procurador Edison! A partir de agora, estarei acompanhando os posts! Abraços meu nobre!

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