quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

#desafiodoedvitorelli : encerramento

Meus queridos amigos, encerrou-se o período do desafio. Quero agradecer muito a todos que participaram dessa brincadeira séria. Muita gente realmente se mobilizou e, acredito, tal como eu, pensou, pelo menos um dia nesse mês de dezembro: "estou cansado, mas vou ler mais um pouco para cumprir o desafio". Ou estudou em um sábado de sol, que estava reservado para a piscina. Se isso aconteceu com vocês, eu já me dou por satisfeito. Obrigado a todos que participaram e aos blogs que divulgaram a iniciativa. 

Muitas são as lições que ficaram para mim mesmo sobre o desafio e sobre os seus efeitos. Mas hoje é natal, não é dia de encher ninguém do, as minhas análises. Só quero dizer-lhes que fiquei muito feliz pela receptividade e por ter podido contribuir para que o mês de dezembro dos estudantes, geralmente tão deprimente, tenha sido mais produtivo e divertido. 

Agora é hora de descansar. A não ser que você tenha um objetivo de prova imediato, faça o seu recesso, pelo menos até o dia 3. Esqueça os estudos, não fique se vitimizando. Lembre-se de que a dor é necessária, mas o sofrimento é opcional. 

Nos próximos dias anuncio os ganhadores dos livros, mas uma coisa quero anunciar desde já. Gostei tanto da ideia que este vai ficar conhecido com o 1º #desafiodoedvitorelli. 
No próximo dezembro tem mais. 

Um abraço, excelente natal e ano novo a todos. 

sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

#desafiodoedvitorelli – dias 9 e 10

Hoje estamos completando 10 dias do desafio. Se você conseguiu acompanhar o pique direitinho, estará completando 230 páginas de leitura. É quase a metade. Acredito que algumas percepções que tenho sobre a leitura – afinal, estou realizando-a também – sejam compartilhadas por muitos de vocês.

Primeiro, se você, como eu, trabalha feito louco, além de estudar, deve ter percebido que ler 23 páginas por dia pode parecer fácil em teoria, mas não é. Especialmente se o livro for denso. Ainda mais se você estiver usando um método de fixação mais trabalhoso do que grifar, como é o caso de resumos, mapas mentais etc. Isso indica, de modo mais evidente, que trabalhar com metas modestas, mas que sejam contínuas, como eu proponho, é um exercício proveitoso para quem tem pouco tempo. 

Se você está exclusivamente estudando, mas usando um método de fixação trabalhoso, é provável que tenha conseguido ler mais de 23 páginas por dia, mas não muito mais. Eu diria que você deve estar chegando perto das 500 por agora, ou seja, aproximadamente 50 por dia. Essa é uma velocidade que eu considero ideal. Não se preocupe em fazer mais do que isso. Se sobrar tempo, é melhor você utilizar para aprender melhor o conteúdo dessas 50 páginas do que para ir adiante. Faça questões, leia jurisprudência, refaça provas antigas. 50 páginas por dia são 1000 por mês. Se isso tudo for conhecimento novo, é provável que você não o apreenda adequadamente. 

Se você está seguindo o desafio e lendo muito mais de 50 páginas por dia, meus parabéns. Seu desempenho é excepcional e esse é o patamar que todo estudante em caráter exclusivo deve almejar. Faço apenas um alerta: tenha absoluta certeza de que você não está trocando qualidade por quantidade. Se você ler 100 páginas por dia, só nos dias úteis, serão mais de 2.000 em um mês. São 2 livros grandes. Crie rotinas para verificar se você está, de fato, apreendendo esse conhecimento. Responder questões é o melhor termômetro para isso. Se você está errando muita coisa sobre um assunto que já estudou, talvez esteja na hora de pisar no freio e repensar a estratégia. 

E você, como anda seu progresso? Compartilhe e continue concorrendo aos livros. Mesmo se você não começou antes, é bem-vindo para ingressar agora. O importante é que essa nossa pequena comunidade progrida conjuntamente. Afinal, esse não é o espírito do Natal?

terça-feira, 8 de dezembro de 2015

#desafiodoedvitorelli: Premiação

Ontem, em Brasília, eu explicava a um amigo a sistemática do desafio. Aí, no final da conversa, ele perguntou “tá certo, mas quem conseguir ganha o que?” E eu respondi: “Uai, nada”. Então ele disse “assim não dá certo, as pessoas têm que ganhar alguma coisa”. 

Na verdade, pensei, o prêmio são as 500 páginas lidas, que significam 500 a menos para ler até o dia da prova. Também significam passar menos tempo pensando no ano que está acabando e em tudo que você poderia ter feito e não fez. 

No final, entretanto, cedi e comecei a achar uma boa ideia incluir um prêmio para os vencedores do desafio. Afinal, até nos meus campeonatos de jogo de botão tinha que ter medalha. 

Então, lá vai: quem postar diariamente seu progresso, a partir de hoje, com a #desafiodoedvitorelli e, no final, postar o resultado de quantas páginas leu, concorre a um dos meus livros. Vou sortear entre os vencedores que fizerem as postagens 2 exemplares do meu Estatuto do Índio e 2 do Estatuto da Igualdade Racial e Comunidades Quilombolas. 

Então, agora, além da oportunidade de ler 500 páginas em um esforço coletivo, de não gastar dinheiro com prozac, rivotril ou diazepam, você ainda concorre a 4 livros no final. É só continuar lendo, postar seu progresso no facebook ou no twitter com a #desafiodoedvitorelli até o dia 23 de dezembro. O sorteio será no dia 24, para completar a sensação de que você, de fato, ganhou alguma coisa nesse mês de dezembro.

Mesmo que você termine antes as 500 páginas, tem que continuar postando o progresso da sua leitura até o dia 23, quando acaba o desafio.

domingo, 6 de dezembro de 2015

#desafiodoedvitorelli - Dia 5

Hoje é o 5º dia do desafio e, se você está seguindo a proposta, já deve ter lido 115 páginas do material que você escolheu. O que acharam até aqui? Está sendo fácil ou difícil manter esse ritmo? Eu hoje concluí toda a parte do processo de conhecimento do livro que escolhi. Os professores Marinoni, Arenhart e Mitidiero mantiveram a posição já defendida à luz do velho CPC fortemente contrária à tese da relativização da coisa julgada, defendida, por exemplo, por Humberto Theodoro Jr. Para eles, não se pode permitir que um direito de status constitucional como a coisa julgada seja ponderado pelo juiz em relação a outros direitos que não têm a mesma importância, a partir de um conceito aberto como a "injustiça" da decisão transitada em julgado. Eu confesso que não sei, não. Mas é essa a posição deles. 

Desafio caminhando. Amanhã começo execução. E vocês, como estão? 

sábado, 5 de dezembro de 2015

#desafiodoedvitorelli - Dia 4: más notícias

Ontem fiz apenas uma referência breve à minha leitura no Facebook, mas continua avançando por aqui. Eu terminei o capítulo de precedentes no novo CPC e iniciei o de coisa julgada. É muito interessante a discussão sobre os limites subjetivos da coisa julgada e seus efeitos sobre terceiros. A coisa julgada pode produzir efeitos sobre as partes, os terceiros interessados e os terceiros indiferentes, participem ou não do processo. O que muda é a natureza desses efeitos. A parte é atingida pela autoridade da coisa julgada. O terceiro interessado, por efeitos reflexos da decisão, o que permite que, querendo, ele ingresse na lide para defender a relação jurídica de que é titular. Os terceiros indiferentes sofrem os efeitos naturais da sentença. Assim, em uma ação de despejo, o locatário sofre efeitos como parte, o sublocatário, como terceiro interessado, e os parentes do locatário, que também serão obrigados a se mudar, como terceiros indiferentes. Logo, quando se diz que a coisa julgada não atinge terceiros, o que se quer dizer é que eles não são atingidos pela autoridade da decisão, o que não exclui a possibilidade de que sejam atingidos pelos seus efeitos. Interessante, não é mesmo?


A má notícia, meus amigos, é que o desafio não é desafio à toa. Embora no meu método tradicional eu não exija leitura aos finais de semana, o desafio os inclui. Assim, você só concluirá as nossas 500 páginas até o dia 23 de dezembro se ler 46 páginas neste final de semana, de hoje para amanhã. Lembre-se de que depois você vai ter duas longas semanas de ócio com a consciência tranquila, então, vamos fazer esse esforço extra.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

#desafiodoedvitorelli - Dia 2

Estou muito feliz com a adesão de dezenas de leitores ao desafio. Tenho certeza de que vamos chegar ao final do mês com a meta cumprida. Eu continuo cumprindo a minha. Hoje fechei o capítulo de processo nos tribunais e comecei o de precedentes: "precedentes são as razões generalizáveis que podem ser identificadas a partir das decisões judiciais". A ideia de precedentes é central no sistema estruturado pelo novo CPC. 

Obrigado a todos que estão participando, de modo especial ao blog "Diário de um Estudante de Direito", que compartilhou o desafio com seus leitores em: http://www.diariojurista.com/2015/12/professor-de-direito-lanca-desafio-de.html?m=1



quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

#desafiodoedvitorelli - Dia 1

Apesar do dia corrido, cumpri minha meta de fazer a leitura das minhas 23 páginas para o nosso desafio coletivo. Estou começando do Capítulo 12 do livro que escolhi, o Curso de Processo Civil dos professores Marinoni, Arenhart e Mitidiero. Fui da página 560 a 585. O assunto é o processo nos Tribunais no Novo CPC. Estudei quatro incidentes recursais no Novo CPC: o incidente de conflito de incompetência, de arguição de constitucionalidade, ambos já bem conhecidos do velho CPC e os novos: incidente de assunção de competência (art. 947) e incidente de resolução de demandas repetitivas (art. 976 e ss.), ambos voltados à formação de precedentes vinculantes, uma matéria central no novo CPC. 

E você, o que aprendeu hoje? Vamos fazer do desafio um ambiente de compartilhamento de conhecimento? Compartilhe lá no Facebook o que você aprendeu hoje com o nosso desafio. 

Dezembro: o desafio.

Contando com o dia de hoje, faltam 22 dias até o dia 23 de dezembro. Como eu disse ontem, 22 dias de depressão. Para contornar isso, quero propor que façamos, juntos, um desafio de leitura. Nós todos, inclusive eu, vamos ler 500 páginas até o dia 23 de dezembro. Vai ser nosso caminho de Santiago de Compostela. Nosso advento. Depois vamos descansar até o final do recesso (eu, aliás, vou para a Holanda!), beber todas no Reveillon. Sem culpa nenhuma. Exceto, é claro, se você for fazer a prova discursiva da AGU. 

Escolha um ou mais livros, separe o seu material e comece a fazer a conta. Eu já escolhi o meu. Vou concluir a leitura do volume 2 do Curso de Direito Processual Civil, dos professores Marinoni, Arenhart e Mitidiero, do qual estou na metade (desde julho, aliás). 

Convido vocês a postarem, comigo, todos os dias, o andamento da nossa leitura no Facebook e o Twitter, com a hashtag #desafiodoedvitorelli. Eu também vou postar. Se eu não ler nada no dia (é muito provável que eu não leia nada em vários dias, porque estou trabalhando feito um cachorro no final do ano) vou postar assim mesmo, com o mesmo número de páginas do dia anterior. Assim, podemos acompanhar coletivamente o nosso progresso e nos motivarmos uns aos outros.

500 páginas em 22 dias são 23 por dia. Muito pouco mais do que a minha recomendação. Mas é o seguinte: se você grifa, tem que ler e grifar. Se você resume, tem que resumir. Também vale somar páginas de vários livros, por exemplo, 10 de um livro e 13 de outro. 

Juntos, vamos fazer o dezembro mais produtivo de todos os tempos. Vamos afastar a depressão do final do ano avançando tanto que nem vamos ter tempo de olhar para trás. 

No final, vamos fazer um fechamento de quantas páginas o grupo leu. Minha meta: pelo menos 1 milhão de páginas lidas até o final do ano. Vamos juntos!

Chega de papo. Pegue seu livro e vamos começar.

terça-feira, 1 de dezembro de 2015

1º de Dezembro: o pior dia do ano

1º de Dezembro é o pior dia do ano. Me desculpe se você faz aniversário hoje, mas é verdade. Hoje é o dia que todo mundo acorda e diz “Putz, acabou o ano”. Hoje é o dia em que você leva o baque de que aquilo que você não fez até ontem, não vai fazer mais esse ano. Certo, é claro que, no meu sistema de estudos (20 páginas por dia), você ainda vai ler 300 páginas até o recesso de natal. Mas, ainda assim, não é isso que vai mudar a sua vida. E é aí que bate aquela sensação de “outro ano vai...”.

Meus caros, este texto é puramente motivacional. Talvez ele soe como um touro em uma loja de cristais (Obs.: essa expressão popular é falsa. O Mythbusters já fez um teste e um touro, incrivelmente, não quebraria os cristais se fosse solto em uma loja). Eu sou mais conhecido, pelo menos na internet, por ser o cara das verdades duras do que dos afagos. O Dr. House dos concursos, como disse uma leitora. O cara do choque de realidade. 

Entretanto, eu reconheço que se existe um desafio na preparação para concursos, é a motivação. A razão é bastante simples: estudar, hoje em dia, é um empreendimento de longo prazo. Pode até ser que, por exceção, não seja para você. Eu tenho alunos que estavam na oral do MPF preocupados em completar 3 anos de efetivo exercício. Mas esses são apenas felizardos excepcionais que confirmam a regra. A regra é que você vai levar um bom tempo para passar. Não existe média. É enganoso falar em média. Cada um tem seu tempo

Como toda meta de longo prazo, o problema de estudar para concursos é que você tem que viver, durante muito tempo, a dor sem a recompensa. Você se sacrifica muito e não tem perspectivas de quando o sacrifício vai acabar. É sempre difícil saber se a meta está mesmo se aproximando. 

Meus amigos, meu convite a vocês, nesse horrendo primeiro de dezembro, parte de uma frase que eu repito recorrentemente a meus colegas de trabalho: foque-se no que você conseguiu, não no que falta.

Imagine se um procurador da República for pensar em toda a corrupção que existe por aí e no quão pouco nós conseguimos apurar e punir. Disso só vai resultar uma coisa: desânimo. Por outro lado, se você imagina o quão pouco era apurado e punido há 20 ou 30 anos e o quanto nós punimos hoje, verá que alcançamos um avanço expressivo. 

Com concursos, é a mesma coisa. Se você olha o edital e vê o quanto falta estudar, você tende a se desesperar. Por outro lado, se você compara o que você já estudou com o quanto você sabia no dia em que terminou a faculdade, vai certamente perceber que você avançou muito. Eu tenho absoluta certeza de que você que passou este ano estudando, está muito mais perto de ser aprovado do que estava no ano passado. Olhe para o que você conseguiu, não para o que falta alcançar. 

Nesse sentido, para quem já está alquebrado da luta de alguns anos de estudo, meu conselho é que, quando bater o desespero, você se lembre de qual foi a sua nota no primeiro concurso que fez na sua vida. Essa é uma informação que deveria estar na contracapa do seu caderno. Com certeza, essa nota é muito menor do que as que você obtém hoje (menor em termos relativos, é claro. Nota em concurso é algo que se avalia relativamente à dificuldade da prova, não de modo absoluto). Você verá que já avançou muito. 

Aí entra a piada dos portugueses que vinham a nado para o Brasil e, quando avistaram o corcovado, Manuel disse “Joaquim, estou muito cansado”. E Joaquim respondeu “Então vamos voltar”. Será que agora que você já nadou tanto você vai desistir? Será que você, apenas em razão do desânimo, vai deixar de honrar o tempo da sua vida que você dedicou aos estudos, desistindo? Tantas horas do seu irrecuperável tempo de vida têm que ser resgatadas. Você pode até mudar a meta (talvez dobrar a meta). Mas você simplesmente não pode desistir. Se a pessoa que você era quando começou a estudar, quando entrou na faculdade, pudesse falar com você hoje, certamente ela não permitiria que você desistisse. 

Estudar para concursos é algo realmente muito difícil. É se impor alcançar uma meta, hoje em dia, muito elevada. Mas isso não significa que seja inatingível, nem que você deva, pura e simplesmente, desistir no meio do caminho. Esse caminho, não é para os fracos. Se você resolveu entrar nele, seja, todos os dias, a mesma pessoa que você era no dia que tomou a decisão de começar. Motivado, empolgado, com sede de aprender. Algumas coisas vão ser fáceis, outras vão ser difíceis. Pode ser que você resolva que não quer mais a carreira que você queria no início, ou que não vale à pena continuar estudando depois de passar em um cargo intermediário. Tudo bem. O importante é que você continue cultivando aquela pessoa que tomou a decisão. Não deixe que o tempo a tire de você. 

Hoje eu estava viajando a trabalho e vi, na lanchonete do posto de combustíveis, uma cena que me comoveu. Um casal de idosos, já muito idosos, ambos com dificuldades de locomoção, viajando com uma filha, de uns 40 para 50 anos, portadora de deficiência mental bastante grave. Isso me fez pensar o que passa na cabeça desses pais, sabendo que seu tempo está irremediavelmente terminando e que essa pessoa, que precisa de tantos cuidados, não os terá por perto. 

O mundo, meus amigos, está cheio de dificuldades. O que nos diferencia é como nós as encaramos. Transforme o seu 1º de dezembro em um marco de estímulo. Estude duramente até o dia 23. Esforce-se ao máximo. Depois, curta a família até o dia 3 de janeiro. Não faça nada. Deixe dessa bobagem de sofrer porque não estuda no Réveillon. O momento do esforço extra é agora. O ano não acabou. 

Amanhã vou propor um desafio motivacional coletivo. Vamos fazer esse Dezembro terrível o mês mais produtivo do ano.