sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

Indicações bibliográficas não jurídicas - parte 2

Continuando o post anterior, publico abaixo o texto original que remeti à Revista Exame, com minhas indicações de leitura não jurídica para candidatos. 

Quero reforçar muito o que digo no primeiro parágrafo e talvez não tenha ficado claro na reportagem: parto do pressuposto de que o estudante queira ler alguma coisa não jurídica. Não acho que nada disso é essencial, nem acho que alguém que já lida com uma carga de leitura monstruosa seja obrigado a ler mais alguma coisa porque lá vai encontrar "dicas valiosas". Eu não acredito em fórmulas mágicas. 

Todavia, acho que se você, no seu tempo livre, quiser ler algo, os livros abaixo são legais e podem trazer técnicas de estudo e de autocompreensão que, em alguma medida, o ajudarão ao longo do caminho. 

Devo dar o crédito a minha querida amiga Ana Lúcia Spina, professora doutora em Comunicação, que foi quem me apresentou a essas obras maravilhosas. 

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Quando se fala em livros motivacionais para candidatos que estudam para concursos públicos, é preciso ter algum cuidado com o que se busca. Primeiramente, o estudante já tem uma carga de leitura expressiva, de modo que não parece fazer sentido que ele leia, além do que já é necessário para sua preparação, mais cinco ou seis livros motivacionais. 

Em segundo lugar, motivação, em concursos públicos, decorre sobretudo da consciência e do envolvimento do aluno no processo de preparação. Não existe um livro, ou uma pílula, que fará alguém acordar todo domingo de manhã morrendo de vontade de estudar. Preparar-se para exames com concorrência tão elevada é doloroso e não há livro que atenue isso. Mas é, acima de tudo, parte do processo, que precisa ser vivido e encarado com serenidade. 

Por essa razão, a motivação não passa, a meu ver, por buscar se identificar com a história de outra pessoa, nem com algum tipo de revelação, mas com a compreensão do processo de estudo e de como potencializar a sua aprendizagem. É isso que suavizará o caminho. 

Pensando assim, separei as seguintes indicações:

1 – Aumente o poder do seu cérebro, de John Medina: apesar da edição brasileira ter recebido um título muito comercial (o livro se chama, no original, Brain Rules), as aparências enganam. Medina é um pesquisador sério e experiente, vinculado a grandes instituições norte-americanas. No livro, apresenta 12 regras para melhorar a compreensão do funcionamento do cérebro, muito práticas e diretas. A primeira, aliás, é muito esquecida pelos estudantes: exercício físico é fundamental para o cérebro. 

2 – Foco Triplo, de Daniel Goleman e Peter Senge: o livro aborda os problemas da aprendizagem em um mundo em que ninguém consegue passar mais que 15 minutos longe do WhatsApp. Goleman ficou tão famoso com seus trabalhos sobre inteligência emocional que acabou sendo confundido com autor de auto-ajuda. Não é. A obra é bem fundamentada e interessante. 

3 – A mente organizada, de Daniel Levitin: o texto aborda um problema constante para todo estudante de concursos: organização. Não se sofre mais (como na minha época de candidato) com falta de informação, mas com excesso de livros, de manuais, de aulas, de opiniões. Isso faz com que seja cada vez mais difícil ordenar as ideias, o pensamento e a vida. Levitin é professor de neurociência na McGill University, no Canadá.

4 – A arte de esquecer, de Ivan Izquierdo: o autor argentino naturalizado brasileiro  aborda, nesse livro, uma das questões que mais atormenta o estudante: o esquecimento. É difícil definir quais informações podem e até devem ser esquecidas e quais devem ser armazenadas. É uma coletânea de artigos interessante, que pode ser lida aos poucos. 

5 – Motivação 3.0, de Daniel Pink: Pink afirma que autonomia, maestria e propósito são os três principais fatores motivacionais dos indivíduos e quem acha que apenas o dinheiro motiva não poderia estar mais enganado. O dinheiro é importante, mas não é tudo. O autor trata a motivação do ponto de vista técnico, com estímulos e recompensas, sem soluções mirabolantes. Uma curiosidade sobre o autor: em 2008, Oprah Winfrey foi convidada para dar uma aula inaugural na Universidade de Stanford e presenteou todos os alunos com uma cópia de um livro de Pink, ainda inédito no Brasil: A Whole New Mind: Why Right Brainers Will Rule the Future.

6 – A arte de fazer acontecer, de David Allen: adianta muito pouco ser motivado e não conseguir implementar os seus sonhos. Allen nos coloca com os pés no chão. Querer sucesso, querer aprovação, todos querem. O problema é direcionar os esforços, de modo eficiente, para essa trajetória. Produtividade sem estresse, o lema do autor, certamente é algo a ser buscado por qualquer candidato. Embora voltado ao mundo empresarial, o livro pode contribuir para os estudantes também

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

Indicações bibliográficas não jurídicas.

Esta semana a revista Exame publica uma reportagem sobre indicação de livros não jurídicos para candidatos a concursos públicos, para a qual alguns professores, inclusive eu, foram entrevistados. A matéria completa segue abaixo. Como vocês poderão ver,  nem todas as indicações são minhas. Ainda esta semana, publicarei aqui a lista completa das sugestões que enviei ao jornalista, e também meus comentários sobre as indicações dos outros professores ouvidos na matéria.

http://exame.abril.com.br/carreira/12-livros-inspiradores-que-todo-concurseiro-deveria-ler/

12 livros inspiradores que todo concurseiro deveria ler

De um clássico do chinês Sun Tzu a uma peça de Shakespeare, veja obras indicadas por professores para quem vai enfrentar um concurso público

São Paulo — Se você está se preparando para um concurso público, talvez nem aguente nem mais olhar para livros: a carga de leituras sobre o conteúdo cobrado no exame é tão grande que você prefere usar o seu tempo livre ouvindo música, passeando ou vendo TV.

É compreensível — mas também é importante lembrar que os livros não precisam ser necessariamente didáticos e podem ser uma ótima fonte de motivação e relaxamento.
Obras de literatura, ciência ou autoajuda, por exemplo, podem trazer reflexões valiosas para tornar a sua maratona de estudos menos sofrida e mais eficiente. 
Não que essa seja uma “solução mágica” para o desafio de vencer a concorrência. “Não existe um livro ou uma pílula que fará alguém acordar todo domingo de manhã morrendo de vontade de estudar”, diz Edilson Vitorelli, procurador da República e professor da rede LFG. 
Ainda assim, é possível contar com esse recurso para facilitar a sua preparação para a prova. De títulos sobre neurociência a uma peça de William Shakespeare, confira a seguir 12 indicações de quatro professores do Damásio Educacional e da LFG: