Tenho andado, nos últimos dias,
atormentado sobre as dicas para a prova oral. O assunto, ao contrário da
maioria, me agrada muito. Fui o 1º colocado na prova oral do TRF4 e o
2º na prova oral do MPF. Mesmo correndo o risco do trocadilho, posso
afirmar que gosto de prova oral. Me sinto bem. E estou fazendo o
possível para resumir o que penso e converter em dicas para serem
postadas aqui. Mas isso não é tão fácil como parece. Prova oral é uma
coisa muito subjetiva. Eu poderia escrever muito e, ainda assim, não me
fazer entender. Parafraseando o Ministro Fux, em um dos argumentos mais
absurdos que já vi no STF (e olha que a competição é brava!), prova oral
não é uma coisa que se ensina, é uma coisa que se sente (Fux falou isso
sobre fazer justiça). É preciso transmitir uma vivência, e isso não é
fácil. Então, vou postar as dicas aqui, mas aceitei o convite do Verbo Jurídico para dar um curso presencial sobre isso.
Sei que muitos têm resistência a esse tipo de curso. Eu fiz um, no Rio
de Janeiro, antes da minha prova oral. Foi um charlatanismo total.
Ninguém que estava ali nunca tinha feito prova oral, e achavam que
orientações genéricas sobre oratória iam ajudar alguma coisa. Isso é
besteira. Como o MPF não tem prova de tribuna, não adianta nada ficar
treinando discursos. A situação é completamente diferente.
Por outro lado, fiz um curso pela ESMAFE/PR, para o TRF4, coordenado
pelo Des. Vladimir Passos, que depois veio a honrar-me com sua amizade.
Esse foi excepcional. Desembargador Vladimir presidiu a banca durante
vários concursos, de modo que ele sabia o que estava fazendo. Embora
tenha sido apenas 20 minutos de prova simulada (com 5 examinadores) e
depois mais 10 minutos de conversa dom Dr. Vladimir, foi excepcional.
Até sorteio de ponto teve.
Foi com essa experiência, de um curso péssimo e outro excelente, que
preparei o curso que será oferecido pelo verbo jurídico. Os diferenciais
principais são dois. O primeiro é que eu efetivamente vivi o que o
aluno vai passar. Não estou oferecendo algo que não sei fazer por mim
mesmo. O segundo é que cada aluno terá um momento em que será atendido
individualmente por mim, e poderá fazer um pequeno simulado de prova
oral, ser avaliado e depois tirar suas dúvidas pessoais, sem o
contrangimento (que alguns têm) de falar perante a turma.
Planejei bastante esse curso e confesso que não foi fácil. A programação que pretendo desenvolver é a seguinte:
1º Encontro: exposição geral acerca da prova oral. Duração: 3 horas
1 – O que é verdadeiramente avaliado em uma prova oral?
2 – Como se preparar para a prova oral
2.1 O que estudar faltando 2-3 meses.
2.2 O que estudar faltando 1 mês.
2.3 O que estudar na última semana
2.4 Estudar na véspera?
3 – Como se preparar psicologicamente para a prova oral
3.1 Chegar a Brasília com antecedência?
3.2 Onde se hospedar?
3.3 Como chegar ao local de prova
3.4 O sono na noite anterior
3.5 Medicamentos
3.6 Aguardando sua vez
4 – Como se vestir para a prova oral
5 – Onde e como é a prova oral do MPF: local, sorteio de pontos, disposição dos examinadores, ordem de convocação dos alunos.
6 – Quem são os examinadores: o perfil de cada um. Quais os mais fáceis e os mais exigentes
7 – Como se portar no momento do exame: forma de se assentar (posição
das pernas e da cadeira), de se dirigir ao examinador, de controlar o
microfone, para onde olhar, como lidar com o paletó;
8 – Como formular suas respostas:
8.1 O que fazer se você sabe
8.2 O que fazer se você não sabe ou tem dúvidas
8.3 O que fazer se você não sabe nada
9
– Colocação da voz: o problema dos vícios de linguagem o do sotaque.
Como limpar a voz antes da prova. Os problemas extras dos fumantes.
Tomar água durante o exame?
10 – Gestos durante a prova oral e os vícios gestuais.
11 – Esclarecimento de dúvidas
2º Encontro: simulação de prova coletiva. Duração: 3 horas
1 – Continuação ou retomada de algum dos pontos do encontro anterior, caso existam dúvidas ou pendências.
2 – O conteúdo da prova oral: pontos críticos para o 25º concurso do MPF
3
– Simulação da prova oral de modo coletivo, com a realização de uma
pequena arguição pelo professor, a cada um dos alunos, na presença dos
demais. Análise e avaliação da prova pelo grupo.
4 – Caso ainda haja tempo, os alunos serão divididos em duplas,
alternando a função de examinador e candidato, sob a orientação do
professor.
3º Encontro: atendimento individualizado. Duração: aproximadamente 4 horas
Cada aluno será atendido individualmente pelo professor, em um encontro de 15 minutos, composto das seguintes fases:
1 – arguição simulada pelo professor
2 – comentários sobre a performance do aluno
3 – esclarecimento de dúvidas individuais que o aluno queira apresentar.
O curso ocorrerá no dia 10 de fevereiro, sexta-feira, no período da
noite, e no dia 11 de fevereiro, sábado, o dia todo, em São Paulo. A turma é limitada a
15 alunos, de modo que o atendimento possa ser bem individualizado.
Como vocês podem ver, discutiremos conteúdo, mas o principal é discutir
mesmo a dinâmica da prova oral do MPF. Quem fizer, quando chegar em
Brasília, saberá exatamente o que vai encontrar. O curso está divulgado
no site do Verbo Jurídico, mas quem tiver dúvidas pode encaminhá
-las
para o Daniel, no telefone 51.81423797 e e-mail daniel@verbojuridico.com.br
Farei, prometo, todo o esforço que puder para que 15 colegas saiam desse
curso. Aos que eventualmente não possam participar, tentarei, também da
melhor forma possível, postar aqui as dicas para a prova.