Escrevi, na postagem anterior, a imensa dificuldade que muitos estudantes têm por sentirem que, por mais que se esforcem, não estão progredindo nos concursos. Isso pode ter várias causas (ainda falarei mais sobre isso), mas uma que quero enfocar agora é a falta de bases. O conhecimento dos cursos preparatórios é, na maioria das vezes, massificado. É compreensível. Há muito conhecimento para se transmitir em pouca carga horária. O problema é que, se o sujeito não fez uma boa faculdade, ou seja, se não levou à sério seus estudos durante a Universidade, ele começa a simplesmente decorar o que está sendo passado, já que ele não entende as razões pelas quais aquele instituto existe ou aquela conclusão é defensável.
Assim, muitas pessoas começam a passar seus anos em salas de aula sem conseguir melhorar as notas. Nesse contexto, tive um aluno que estava nessa situação e relatou uma experiência que considerei muito relevante. Depois de tanto assistir aulas e tanto não passar, ele resolver fazer uma pausa de um ano e dedicar-se à formação de base. Fez o que devia ter feito na faculdade. Leu os manuais com calma, do começo ao fim, entendendo de fato os motivos pelos quais as coisas são como são. No ano seguinte, passou no concurso.
Não estou dizendo que isso é fórmula mágica. É uma possibilidade para quem acha que está nessa situação. Não dá para construir uma casa sem fazer os alicerces. Pode ser que o seu problema não seja exatamente o que você está estudando agora, mas o que você deixou de estudar no passado.
O grande reflexo disso é que, se você não entende bem a razão das coisas serem como são, ficará limitado a uma única ferramenta: a decoreba. E ela é muito limitada. É impossível decorar tudo, a não ser que você tenha uma memória prodigiosa. Talvez seja melhor começar a pensar os institutos, mais do que insistir em decorá-los. Para isso, é essencial um bom estudo de base.