Já expus anteriormente que um problema para o interessado em concursos públicos é a base. Quem tem boa base, terá mais facilidade, pois tem menos conteúdo para estudar. Mas, resolvida essa questão, qual o primeiro passo?
Para mim, o grande problema daquele que inicia seus estudos é: como encontrar um método de fixação adequado. Sim, porque não adianta estudar tudo e depois não se lembrar de nada. Ou, como diria uma amiga, não adianta comer livro se na hora a prova você não vomita nada!
Vou expor o caminho que considero correto, em alguns passos:
1) Veja quantas horas você consegue estudar com produtividade: entenda uma coisa, de uma vez por todas. Estudo não se mede em “horas-bunda”. Não adianta estudar dez horas por dia e, ao final do dia, ligar para o amigo que estuda com você e fazer inveja: “Fulano, hoje estudei 10 horas”! Como quem diz: “Se você não estudou dez horas, eu vou passar e você não”!
Isso é uma grande bobagem. O raciocínio subjacente a essa frase é: se eu estou sofrendo para estudar 10 horas por dia, eu mereço passar e, por isso, vou passar. As pessoas associam o sofrimento ao merecimento. É uma idéia incutida em nosso subconsciente, acredito eu, até mesmo pela nossa matriz religiosa, no sentido de que quem padece é redimido, quem espera alcança e por aí vai.
Caros amigos, gostaria muito de concordar com esse raciocínio, mas, no que se refere a concursos públicos, ele simplesmente não é verdadeiro. Não adianta nada sofrer. Tem gente que sofre e passa, tem gente que não sofre e passa, e tem gente que sofre, sofre, sofre, e mesmo assim não passa. E a pessoa acaba se sentindo injustiçada.
É preciso entender que não existe um medidor de sofrimento na prova, que atribui mais pontos a quem sofreu mais. Em geral, aliás, é o contrário: quem sofreu muito se pressiona mais na hora da prova e, por isso, vai mal.
Assim, acabe com esse negócio de sofrer. E o primeiro passo para isso é não estudar nem um minuto além daquilo que rende para você.
E como vou saber quanto é que rende para mim. É assim:
a) Se você começou a viajar, pare.
b) Se você está com dificuldade de entender a matéria, pare.
c) Se você termina a página sem lembrar o que leu no início, pare.
d) Se, ao final de uma hora, você não lembra do que leu no início dessa hora, pare.
Entenda bem: é preferível ler 10 páginas por dia, e ter certeza que, se cair alguma coisa dessas 10 páginas você sabe responder, do que ler 100 e não conseguir responder absolutamente nada dessas 100.
Na atual circunstância, a matéria exigida pelos concursos, e a respectiva bibliografia, é praticamente infinita. Assim, não adianta se desesperar e querer ler tudo, estudar tudo, porque sempre vai faltar alguma coisa. Mais importante é ter certeza de que aquilo que você estudou, se for cobrado, você acerta. Meu lema sempre foi: errar o que eu não estudei, tudo bem. Errar o que eu estudei é imperdoável! E é por isso que é tão importante encontrar um método de fixação.