domingo, 25 de outubro de 2009

O X do problema: fixação - Parte 5

3) Faça revisões – a revisão está umbilicalmente ligada ao seu método de fixação. Mas é importante rever a matéria estudada, uma vez que não é possível reter tudo por muito tempo. E é preciso fazer a revisão sem ter que estudar tudo de novo, afinal de contas, o tempo é limitado. É por isso que não gosto da releitura como método de fixação. A bibliografia é tanta que refazer o que já foi feito impede que você avance. Mas é preciso ter ciência de que é necessário rever, e o melhor é que seu método de fixação permita que você o faça com eficiência. Assim:

a) Se você faz resumos, releia exclusivamente o resumo. Esqueça a obra resumida. Se tiver que ler mais alguma coisa desse tema, leia outro autor e seu resumo do anterior.

b) Se o seu método é grifar, leia apenas o que grifou. Não caia na tentação de ler mais um pouquinho para ver se você não esqueceu nada importante. O perfeccionismo não é amigo do candidato.

c) Se o seu método é reler, procure pelo menos pular aqueles capítulos menos importantes, como introdução, história etc. Assim, você elimina um bom número de páginas, que, podem sim, cair (aliás, hoje, qualquer coisa pode cair), mas a possibilidade é bem menor.


Acredite nesse seu amigo: fixar é muito mais importante que estudar. Você também vai passar!

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

O X do problema: fixação - Parte 4

b) Grifar o livro: se você tem mais facilidade de memorização, esse método é melhor que o resumo, uma vez que é mais rápido e acabará chegando ao mesmo resultado. Os problemas são 2: primeiro, o texto continua sendo do autor, não seu. Ele não é filtrado pela sua cabeça. Logo, a fixação é menor, motivo pelo qual o método só é bom para quem tem facilidade de memorização. Segundo: como é fácil grifar, a tentação é sair grifando tudo. Como o resumo é doloroso, você é mais seletivo, e só inclui o que é bom mesmo. Grifar é fácil. Aí você vai ter um livro todo rabiscado, que não vai servir para nada. Grifar tudo é grifar nada. Então, controle-se. E, depois que grifar, releia apenas aquilo que tiver sido grifado, e esqueça o restante.

c) Reler o livro: esse é um método que muita gente usa, e que eu sinceramente não gosto. A bibliografia editada hoje é muito grande, e você nunca sabe se estará ou não lendo o livro que o examinador gosta. Por exemplo, no último concurso do Ministério Público Federal, todo mundo leu e releu o livro do Marinoni de processo civil, e o examinador usou Dinamarco. Então, me parece melhor ler o livro e tentar fixá-lo de algum modo, e depois partir para outra.

d) Esquemas: para algumas matérias, é muito interessante fazer esquemas, como árvores com ramos, tabelas, quadros, cartazes etc, sobretudo naquelas matérias que são sobre organização. Um exemplo é a organização e competências do Poder Judiciário. A melhor forma de estudar isso é em um esquema, que posicione os órgãos em uma escala visual e, a partir daí, puxe em ramos com as competências de cada órgão. Não é um método que funciona para tudo, mas é ótimo para algumas coisas.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

O X do problema: fixação - Parte 3

Como muita gente quer fazer resumos, mas não sabe como, aqui vão algumas dicas:

I) O tamanho do resumo é inversamente proporcional ao seu conhecimento prévio da matéria. Lembre-se: o resumo é para você, e para mais ninguém. Assim, não se preocupe em fazer um resumo, como diria uma professora minha, “historicamente correto e completo”. Mantenha em mente a seguinte pergunta: se isso que eu estou lendo cair na prova, eu sei responder? Se a resposta for sim, não coloque no resumo. Se a resposta for não, resuma. Então, quanto mais você souber, menor ficará o resumo.

Nesse mesmo contexto, só invente de digitar resumo se você digitar mais rápido do que escrever manualmente. Caso contrário, deixe de frescura e faça do jeito que for mais fácil para você (P.S.: sou péssimo de digitação, então fiz todos os meus resumos à mão. A grande vantagem da digitação é que se você for ler outro livro do mesmo assunto, pode completar dentro do mesmo resumo. Se for manual, ficará tudo picado. Mas, ainda assim, não acho que valha perder tempo com isso. Só se for para ganhar).

II) Procure identificar as partes mais importantes do livro. Não dá para valorizar tudo do mesmo jeito, ou o resumo fica imenso. É preciso assumir alguns riscos, dando mais atenção a pontos que lhe parecem mais importantes, e menos a outros que parecem mais periféricos. Há risco de errar? Claro! Mas isso faz parte do pacote. Afinal, vale à pena perder mais tempo resumindo os detalhes do sistema penal alburniano ou as teorias da relação de causalidade?

III) Um bom resumo deve conter, em média, 10 páginas do livro em uma página de resumo. Como há trechos que merecem mais detalhes, e outros menos, pode haver página do resumo que contemple apenas 2 do livro, e outras que contemplem 30. É normal. O importante é manter uma meta média de 10 páginas do livro por 1 do resumo. De novo, é certo que os resumos das matérias que você sabe menos ficarão bem maiores do que isso. Mas compense nas matérias que você sabe mais. Conseguindo isso, um livro como o manual de Direito Penal, volume 1, do Cézar Roberto Bitencourt, que está hoje por volta de 800 páginas, será resumido em 80, ficando facílimo de reler na véspera da prova toda a parte geral do direito penal, em pouquíssimo tempo. Eu resumi o referido livro do Bitencourt, que acho ótimo (logo falarei de bibliografia). Minha edição tinha 750 páginas mais ou menos, e o meu resumo, 83. Ficou ótimo e, às vésperas de todas as provas, eu estudava toda a parte geral do direito penal em menos de 1 hora.

IV) Feito o resumo, acredite nele. Abandone o texto original. Se tiver que ler mais alguma coisa dessa matéria, leia outro autor, para ver as coisas de outra perspectiva.

V) Especialmente para as “ladies”: não peca tempo bordando o resumo se isso não for auxiliar sua memorização.

A grande desvantagem do resumo é que leva muito tempo para fazer. Um livro que você leria em semanas levará mais de mês. Mas, na minha visão, a fixação da matéria compensa o ônus.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

O X do problema: fixação - Parte 2


2) Escolha um método de fixação que funciona para você: sem isso, desista. É preciso encontrar um método para que toda essa enorme quantidade de coisas que você vai ler vai efetivamente permanecer na sua cabeça, pelo menos até o dia da prova. Existem muitos métodos de fixação. Vou tentar analisar alguns:


a) Fazer resumos: é o método que eu utilizei e que é, para mim, o melhor. O resumo exige que você absorva o texto do autor e o reescreva com suas palavras. Assim, seu cérebro é obrigado a filtrar o texto, e você não corre o risco de ler uma parte difícil e pensar “não entendi muito bem, mas vamos adiante”. Se você não entendeu, vai ter que procurar outro livro, até entender aquela passagem. Assim, a absorção é muito grande. Para mim, era tanta que eu quase tinha vontade de jogar meu resumo fora assim que terminava, uma vez que já havia aprendido tudo o que estava ali. 
 
E o resumo, além de ser um ótimo aprendizado, é excelente para a revisão (v. abaixo): na véspera da prova, é perfeitamente possível, em mais ou menos uma hora e meia, ler 100 páginas de resumo que você mesmo fez. Mas é impossível ler 800 páginas de um manual de Direito Penal profundo, como o do Cezar Roberto Bitencourt. Aí vêm 2 outras questões: fazer resumo não significa copiar o livro. O ideal é que você escreva o que leu com suas palavras, não fazendo uma mera transcrição do livro. Assim, você se obriga a entender, absorver, não copiar. Também não significa reescrever o livro inteiro. Se você resumir 800 páginas em 400, vai levar uma eternidade para fazer o resumo e outra para ler o resumo que fez. Assim, se você quer passar ainda nessa vida, é melhor fazer um resumo que seja efetivamente resumido.

sábado, 17 de outubro de 2009

O X do problema: fixação - Parte 1

Já expus anteriormente que um problema para o interessado em concursos públicos é a base. Quem tem boa base, terá mais facilidade, pois tem menos conteúdo para estudar. Mas, resolvida essa questão, qual o primeiro passo?

Para mim, o grande problema daquele que inicia seus estudos é: como encontrar um método de fixação adequado. Sim, porque não adianta estudar tudo e depois não se lembrar de nada. Ou, como diria uma amiga, não adianta comer livro se na hora a prova você não vomita nada!

Vou expor o caminho que considero correto, em alguns passos:

1) Veja quantas horas você consegue estudar com produtividade: entenda uma coisa, de uma vez por todas. Estudo não se mede em “horas-bunda”. Não adianta estudar dez horas por dia e, ao final do dia, ligar para o amigo que estuda com você e fazer inveja: “Fulano, hoje estudei 10 horas”! Como quem diz: “Se você não estudou dez horas, eu vou passar e você não”!

Isso é uma grande bobagem. O raciocínio subjacente a essa frase é: se eu estou sofrendo para estudar 10 horas por dia, eu mereço passar e, por isso, vou passar. As pessoas associam o sofrimento ao merecimento. É uma idéia incutida em nosso subconsciente, acredito eu, até mesmo pela nossa matriz religiosa, no sentido de que quem padece é redimido, quem espera alcança e por aí vai.

Caros amigos, gostaria muito de concordar com esse raciocínio, mas, no que se refere a concursos públicos, ele simplesmente não é verdadeiro. Não adianta nada sofrer. Tem gente que sofre e passa, tem gente que não sofre e passa, e tem gente que sofre, sofre, sofre, e mesmo assim não passa. E a pessoa acaba se sentindo injustiçada.

É preciso entender que não existe um medidor de sofrimento na prova, que atribui mais pontos a quem sofreu mais. Em geral, aliás, é o contrário: quem sofreu muito se pressiona mais na hora da prova e, por isso, vai mal.

Assim, acabe com esse negócio de sofrer. E o primeiro passo para isso é não estudar nem um minuto além daquilo que rende para você.

E como vou saber quanto é que rende para mim. É assim:

a) Se você começou a viajar, pare.

b) Se você está com dificuldade de entender a matéria, pare.

c) Se você termina a página sem lembrar o que leu no início, pare.

d) Se, ao final de uma hora, você não lembra do que leu no início dessa hora, pare.

Entenda bem: é preferível ler 10 páginas por dia, e ter certeza que, se cair alguma coisa dessas 10 páginas você sabe responder, do que ler 100 e não conseguir responder absolutamente nada dessas 100.

Na atual circunstância, a matéria exigida pelos concursos, e a respectiva bibliografia, é praticamente infinita. Assim, não adianta se desesperar e querer ler tudo, estudar tudo, porque sempre vai faltar alguma coisa. Mais importante é ter certeza de que aquilo que você estudou, se for cobrado, você acerta. Meu lema sempre foi: errar o que eu não estudei, tudo bem. Errar o que eu estudei é imperdoável! E é por isso que é tão importante encontrar um método de fixação.