quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Dicas para a prova oral 4


Superadas algumas questões preliminares à prova, vamos tratar do exame propriamente dito. A primeira dúvida que me apresentam nessa questão é: como devo me portar em termos de postura? Devo ser humilde ou confiante? Devo ser informal e tentar cativar a banca ou devo ser formal? Há linhas variadas para a resposta a essas questões, mas meu conselho é o seguinte: seja formal e confiante. Não acho que mostrar humildade (ficar repetindo “salvo melhor juízo”, “me parece” e coisas do gênero) vá aprovar alguém. Como já disse antes, a banca quer ver no candidato um igual, alguém apto a ser como ele próprio e não um capacho. Sou contra a humildade. 

Isso não significa, é claro, que você deva brigar com a banca, discutir, discordar se o examinador diz que você está errado. Confiança não é sinônimo de grosseria. Mostrar insegurança é um erro duplo: se a resposta estiver certa, você será punido por ser inseguro. Se estiver errada, você será punido pelo erro e por ser inseguro. Dizer “salvo melhor juízo” não torna certa uma resposta errada. Não se desculpe pela resposta. Responda afirmativamente. 

É tão difícil explicar isso, esse meio termo, que quero me valer de uma imagem. O vídeo abaixo (do qual você só precisa assistir os primeiros segundos), mostra o maestro Karajan entrando na sala de concertos da Orquestra Filarmônica de Berlim para um concerto. Como vocês poderão ver, ele mal conseguia andar. Estava muito debilitado fisicamente. 

Mas a imagem que eu gostaria que vocês levassem para uma prova oral é a que ele assume assim que chega a sua posição. O olhar para a orquestra e os primeiros movimentos com a batuta. Confiança total. Não é arrogância. É um olhar de “estou aqui porque sei fazer isso muito bem e nada vai me impedir”.

Vejam também o pianista. Um moleque de menos de 20 anos que vai se apresentar com a melhor orquestra do mundo e, ainda assim, entra confiante para o desafio. 

Foi essa imagem que levei comigo para as provas orais que fiz. Sempre me lembrava de Karajan (na verdade, tenho esse vídeo no celular). O que o candidato tem que se lembrar na hora de uma prova oral é que o nervosismo é normal. Isso não significa que você deva agir de modo nervoso. Lembre-se que você chegou ali por uma razão, e essa razão é sua aprovação nas etapas anteriores. Você tem condições técnicas para responder o que lhe for perguntado. O que precisa é encarar a banca como o maestro encara a orquestra. Com confiança, dando respostas com assertividade, não se deixando intimidar. 

Meus alunos das três turmas do curso para a prova oral do MPF, que já ministrei no Verbo Jurídico: não se deixem intimidar pela banca. Sejam confiantes e assertivos.  Assumam o controle da prova, do nervosismo e exibam todo o conhecimento.

P.S.: a música também é maravilhosa.