sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Como aproveitar bem uma reprovação

Sabedoria é aprender com os erros dos outros. Aprender com nossos próprios erros é obrigação. Então, se você foi reprovado em um concurso, a pior coisa que pode fazer é simplesmente jogar o caderno de provas para um lado e dizer, laconicamente: "minha hora não chegou, vamos aguardar o próximo concurso". Lamentavelmente, essa é a frase que mais se vê no correio web e em outros fóruns quando sai um resultado. 

Se você foi reprovado, comece fazendo seu ritual de reprovação: tem gente que chora, tem gente que vomita, tem gente que come chocolate, tem gente que bebe (esses, ao que me parece, são a maioria), tem gente que reza, etc. O ritual da reprovação é muito importante para aliviar a pressão de ter investido tanto em algo para não conseguir. É quase como cortejar (que palavra antiga!) uma mulher durante muito tempo e depois levar um toco (agora uma palavra nova!). É normal bater uma decepção. 

Mas, no dia seguinte, é hora de curar a ressaca, começar o regime, enxugar as lágrimas e assumir a responsabilidade pela reprovação, buscando um diagnóstico do que a acarretou. Na minha percepção, os principais motivos de uma reprovação, em ordem de frequência, são os seguintes: 

1. falta de estudo. É fato que, por muito que estudemos, os concursos são concorridos e outras pessoas também estão estudando muito. Então, principalmente se você começou a estudar há pouco tempo, é normal que haja algum intervalo antes que você consiga atingir o nível dos demais candidatos, principalmente se você não teve uma boa base na faculdade, o que também tem se tornado a regra e não a exceção. 

2. falta de método de estudo. Como venho dizendo, repetidamente neste blog, a principal diferença entre um velho concurseiro e um novo servidor público é o desenvolvimento de um método de estudo que lhe permita absorver o conhecimento lido nos livros. Se você já estuda há muito tempo, já leu a absurda lista de livros sugerida pelos fóruns de concurso e continua não passando, provavelmente essa é a causa da sua reprovação. 

3. falta de preparação psicológica. Algumas pessoas têm muita dificuldade para lidar com a pressão de fazer uma prova, pelos mais variados motivos: instabilidade psicológica, pressão para conseguir um emprego, excesso de auto cobrança, ou de cobrança familiar, etc. Esse é o problema mais fácil de ser resolvido dentre os três, já que não envolve mais que um acordo consigo mesmo. Se seu problema é a pressão de ser concurseiro, procure um trabalho de meio período (já fiz essa recomendação em posts anteriores). Se é mesmo um problema psicológico, crie um método de ficar em paz consigo mesmo durante a prova, seja meditação, oração ou qualquer outra coisa que lhe pareça adequada. Há pessoas que tomam medicamentos ou procuram psicólogos. Não me parece que nenhuma das duas coisas seja necessária, mas se você tem absoluta certeza de que já estudou muito, de que seu método de fixação é bom e de que é apenas o nervosismo que lhe atrapalha, pode ser válido apelar para essas alternativas. 

Enfim, já é sabedoria antiga que os erros são mais valiosos que os acertos, porque nos permitem aprender. Não roube de você mesmo a oportunidade de aprender com uma reprovação, caindo no mantra da minha hora que não chegou. 

5 comentários:

  1. Adorei o tópico que trata das técnicas de estudo.

    Recomenda resumir os informativos também?

    Desde já obrigada!

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  2. Dr. Edilson,
    Parabéns pelo tema, e especialmente pela forma sucinta e realista com que o tema foi tratado.

    Herivelton

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  3. Dr. Edilson, parabens pelo livro que foi lançado e pelo blog, ta sendo muito útil pra gente.

    Na sua opinião, deveria ser estudada uma matéria por vez ou totas ao mesmo tempo?

    muito obrigada,
    Cecilia

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  4. Dr. Edilson fiquei reprovado em uma prova relativamente fácil a qual tinha estudado bastante, Eu acho que já passei por todos os estágios da reprovação o qual o Dr. se referiu porque me senti muito decepcionado comigo por ter errado umas 5 questões que sabia infelizmente não foi dessa vez, mas estou analisando meus erros e partir para a prova bem melhor preparado, possívelmente com o erro dessa prova vou crescer ao ponto de conseguir algo maior, porém confesso que me sinto totalmente inseguro.

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  5. Provas são "engraçadas"... Conheço uma pessoa que era técnico judiciário do TRT9 e, em 2009, fez concurso para analista deste mesmo tribunal e não atingiu sequer o mínimo para obter classificação, porém, no mesmo ano, passou para juiz do mesmo TRT 9 e hoje é juiz substituto!!

    Eu mesmo, quando estava me preparando para concurso da PGE/PR, quando estava mais preparado, fiz uma prova de acessor jurídico do MP/RS, gabaritei a parte de conhecimentos gerais e não consegui o mínimo em direito (matéria que tinha conhecimento suficiente para ir bem).

    Isso me ensionou muito... Hoje estou no meio da carreira de concrusos, sou analisata do TRF4, porém, retornando aos estudos para alcançar meu objetivo, que é ser aprovado no Ministério Público.

    Feito meu comentário, gostaria de agradecer pela ajuda com os posts, serão de muita valia e me ajudam a definir o que fazer para me preparar, pois num primeiro momento parece um concurso impossível de passar, mas essa era a mesma impressão que eu tinha quando fazia concursos de analista. Hoje vejo que tudo é questão de maturidade nos estudos... Sei que ainda falta muito conhecimento para chegar a ser membro do MP, mas também sei que só dependende de mim. Obrigado principalmente pelo incentivo (geral, mas que para mim serviu de muito...)

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