quinta-feira, 7 de abril de 2011

Como fazer resumos

O leitor deverá perdoar meus 2 dias de silêncio, mas segunda-feira defendi minha dissertação de mestrado na UFMG, de modo que andei muito atarefado. Felizmente, a banca composta pelos professores Fernando Jayme e Sérgio Arenhart (UFPR) houve por bem me aprovar!
Bem, voltemos ao blog.

Um assunto líder das questões que recebo é como fazer resumos para estudar. Não é um tema fácil, mas tentarei analisá-lo da forma mais objetiva possível.

1) Em primeiro lugar, resumo é um método de fixação, não é um fim em si mesmo. Não faça resumos apenas para aliviar sua consciência. Faça porque é um método de fixação que funciona para você. Mais detalhes sobre isso estão nas postagens anteriores, sobre métodos de fixação, veja aqui.

2) O melhor resumo é o resumo inútil. É aquele que você aprende tanto quando faz que depois poderia até jogá-lo fora, porque já sabe tudo o que está ali. Se você sente essa sensação quando termina o resumo, está no caminho certo.

3) Para conseguir o que está no item acima, uma boa dica é não copiar o que você lê, mas reescrever com suas palavras. Isso faz com que o texto tenha que ser processado pelo cérebro, o que ajuda a fixação.

4) Apesar do resumo digitado ser mais organizado (muito mais!), tenho a sensação de que o resumo manuscrito ajuda a fixação. Acho que o movimento das mãos ajuda a ativar a memória cinestésia, muito mais que a digitação (isso é só a minha sensação, não quer dizer que seja uma verdade biológica, mas acho que é assim).

5) Não é essencial ficar variando cores, usando marca-texto, fazendo desenhos e esses bordados todos, mas se isso ajudar, vá fundo. O importante é que dê certo.

6) Existe uma técnica de resumo chamada de mapa mental, em que você coloca a ideia no meio da página e vai puxando ramos com palavras-chave, apenas para ajudar a lembrar os temas. A aparência final é como várias raízes saindo de uma árvore central. Já fiz isso no passado, e acho que funciona bem. O problema é que o direito é uma matéria muito discursiva, em que acaba sendo necessário anotar muitos detalhes, o que dificulta a elaboração de um mapa. Mas, se conseguir, é uma boa.

7) Resuma tudo o que puder: leis, informativos, doutrina, outros resumos etc. A questão do resumo, como disse, não é o resumo em si, mas a fixação que ele acarreta. A única ressalva que faria são as leituras de última hora, uma ou duas semanas antes do concurso. Aí o tempo para a prova é pequeno, o que evita que você esqueça, e a demora para fazer o resumo deixa de ser compensadora.

8) Tente criar analogias e métodos minemônicos que funcionam para você. Em geral, não gosto dessas dicas enlatadas de cursinho, com musiquinhas etc. Muitas vezes dá trabalho para decorar a música, e depois é perigoso você esquecer o que ela significa. O importante é fazer analogias que tenham significado para você.
 
Resumos funcionam. Aliás, não é por outro motivo que nossas professoras primárias nos mandavam fazer cópias das coisas que erravamos. O problema é que é trabalhoso e demorado, mas se você conseguir superar esse obstáculo, terá o prazer, na hora da prova, de lembrar até em que lugar da página está aquela informação.

17 comentários:

  1. Primeiramente, parabéns pelo título, MESTRE.
    Tenho algumas indagações ao Dr., mas gostaria de dizer que concordo com sua palavras e sei que elas ajudam tantos concurseiros ainda sem um norte ou até mesmo com.
    Me identifico bastante com seu método de estudo aqui divulgado, sempre fui adepto dos resumos, tentei ficar só nas leituras e grifos por um tempo, porém foi menos eficiente para mim. Mas no afã de sempre aprimorar meu estudo, cheguei num método um pouco diferente de se fazer resumos (só um detalhe: minha experiência é pequena ainda, pois estou estudando para advocacia pública federal (com foco no edital de procurador federal 2010) desde o começo deste ano, por estar livre da graduação, estágios e oab).
    Resumo assim: escrevo perguntas (objetivas) e a matéria resumida consiste justamente nas respostas (objetivas), o que parece auxiliar na retenção e revisão, pois ,pelo resumo tradicional, é tanta a matéria condensada que me esqueço de perguntar ao cérebro onde estou e por qual motivo aquilo estava ali, deixando passar vários detalhes em batido.
    Pelo exposto é que lhe pergunto: se já chegou a testar tal tipo de técnica, ou semelhante, ao fazer seus resumos?
    E o que achou deste meu jeito de resumir comparando com seu método de resumir (Prós e contras)?
    Ciente do valor de sua opinião, Muito Obrigado pelo seu precioso tempo Dr. Deus lhe abençoe. :)

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    1. Caro Frederico,
      Eu nunca fiz assim, mas se isso funciona para você, siga a diante. Resumo é um método de fixação, se você consegue, desse jeito, fixar a matéria, o objetivo está cumprido. Como você avalia o seu método em termos de tempo de elaboração?
      Um abraço e bons estudos!

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  2. Deve a pessoa ter muita disciplina para resumir o conteúdo estudado, mas, a bem da verdade, é a melhor forma de fixar o conteúdo na mente, pelo menos para mim.

    Minha técnica consiste no seguinte: faço o resumo (com minhas palavras) do conteúdo estudado, após, entre o título e o texto, faço ementas do resumo (resumo da sinopse da síntese, hehe, mas a ideia é essa mesma, tudo bem resumido), assim, quando estudei as teorias que versam sobre o direito de ação, fiz a ementa da seguinte forma: EMENTA: Teoria imanentista. Teoria concretista. Teoria abstrativista. Teoria eclética. Teoria da asserção.

    Isso facilita e muito na hora da revisão, pois basta ler a ementa. Caso haja alguma dúvida, parte-se para o resumo.

    Espero que tenham gostado do meu método.

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    1. Muito bom, Cledson! Método excelente!
      Um abraço e bons estudos!

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  3. Dr. Vitorelli, tenho acompanhado seu blog e ele tem sido mto útil no meu aperfeiçoamento da técnica de estudo.
    Quanto ao resumo, gostaria de saber o seguinte: você o elaborava concomitantemente à leitura (1a leitura, por exemplo) ou só o fazia depois de finalizar estudo do assunto?
    Desde já agradeço.

    p.s. Cledson, achei interessante esse método da ementa! :)

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    1. Caro Sidney,
      Me parece que o melhor é ler um segmento do texto, cujo tamanho deve variar conforme a complexidade e o seu conhecimento prévio, para depois fazer o resumo. Algo como um subitem, por exemplo.
      Um abraço e bons estudos!

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  4. Muito bom.
    Obrigado Dr.Vitorelli

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  5. Dr. Vitorelli, visitei hoje seu blog pois resolvi voltar a estudar para concurso e fiquei ávido para ler tudo. Optei por começar pelas técnicas de estudo e o que me causou surpresa foi verificar que o resumo feito manualmente é a melhor técnica de fixação de conteúdo. Uma dica para facilitar a atualização é dividir ao meio (ou um pouco menos) a folha de papel, deixando ao lado do que se escreve um espaço em branco para futuras anotações.

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  6. Dr. Vitorelli,fazendo umas pesquisas na internet sobre concursos públicos encontrei o seu blog... Tenho que parabenizá-lo pois essas dicas são muito utéis, ainda nem saí do ensino médio e posso afirmar que elas serão muito utilizadas por mim. Pretendo fazer o curso de Direito e já entrarei na facuildade tendo em mente que a preparação começa naquele exato momento. Mais uma vez, muito obrigada!

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    1. Que bom, Érica! Fico feliz em poder ajudar e espero que você siga o curso com essa visão.
      Um abraço e bons estudos!

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  7. Dr. Vitorelli, parabéns MESTRE por doar um pouco de seu tempo de seu saber. Fiz o concurso 26°. Não fui bem. Estava estudando por resumos, e realmente funcionam. Mas, como dava trabalho fazer (sempre fazia depois da 2 leitura) parei. Vou voltar a fazê-los. Gostei da ideia de ementa do Cledson. Novamente, quero-lo agradecer por partilhar do vosso conhecimento. Muito obrigado. Roberto Cruz

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  8. Dr. Vitorelli, transcrever aulas é uma boa técnica?

    Abraços,

    Ivana

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    1. Cara Ivana,
      depende do que você chama de transcrever. Anotar durante as aulas é essencial, transcrever tudo o que o professor falou, não. Você precisa absorver o conteúdo e anotá-lo em suas próprias palavras, de modo mais resumido do que seria uma transcrição total.
      Um abraço e bons estudos!

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  9. Ivana, transcrever quais aulas?

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  10. òtimas dicas professor, devia ter lido seu site antes mas estava lendo seus livros, que são ótimos!

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  11. Uma recente pesquisa realizada na Universidade de Stavang (Noruega) concluiu que escrever é melhor que digitar. Segundo os cientistas, a explicação é simples: escrever envolve muito mais sentidos do que digitar, e por isso facilitaria o aprendizado e a memorização do que é escrito.

    O estudo foi feito com dois grupos de crianças. O primeiro escreveu o alfabeto a mão, enquanto o segundo digitou. No final do trabalho, ao perguntarem se eles lembravam o que haviam escrito, o primeiro grupo se saiu melhor. Segundo os pesquisadores, partes diferentes do cérebro são ativadas quando lemos as letras digitadas e quando reconhecemos as letras escritas a mão. ”Ao escrever, os movimentos envolvidos deixam uma memória na parte sensorial e motora do cérebro, que ajuda a reconhecer as letras e cria uma conexão entre leitura e escrita”, explica Anne Mangen, professora do Centro de Leitura da Universidade de Stavang. fonte: http://www.educacaopublica.rj.gov.br/biblioteca/comportamento/0072.html

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