segunda-feira, 20 de julho de 2015

Da série não acredite em milagres: Mnemônicos, musiquinhas e outras bobeiras

Concursos exigem uma grande capacidade de memorização. Isso deu oportunidade para que os professores e cursos vendam todo tipo de técnica para supostamente ajudar o candidato a decorar conceitos, enumerações, jurisprudência etc. 

Devo confessar que tenho horror a esse tipo de coisa e não é só porque me lembram cursinho pré-vestibular e eu me recuso a acreditar que alguém vai ser um bom servidor público imitando o que o professor Pachecão fazia para ensinar os alunos a decorar conceitos de física. Meu horror decorre do fato de que muitas dessas técnicas são péssimas. Elas exigem que você decore tanta coisa – a música ou o método utilizado para criar o mnemônico, ou uma frase completamente sem sentido – que é mais fácil decorar logo o que você queria originalmente. 

Bons mnemônicos são os que têm sentido para você. Se você conseguir criar uma frase que faça sentido pessoal e, ao mesmo tempo, represente o que você quer decorar, vai se dar bem. Fora isso, pare de perder tempo. Eu já vi muita gente que conseguiu lembrar o mnemônico e esqueceu o que ele significava!

A melhor forma de decorar qualquer coisa é com familiaridade e repetição. Se você lê e aplica um conceito várias vezes, vai absorvê-lo naturalmente, sem precisar ficar cantando. Eu sei os prazos processuais do CPC porque li e apliquei várias vezes, não porque tenha feito alguma tabela. Por outro lado, os prazos do CPP, com o qual eu trabalho menos, me são mais estranhos. 

Enfim, não acredite em milagres. Se você está gastando dinheiro para aprender umas musiquinhas, talvez você deva se candidatar a algum show de calouros. Pode ser engraçado, curioso, mas ninguém vai passar em concurso só por causa disso.

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