quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Os novos examinadores da banca do MPF

Uma grande dúvida dos candidatos ao 28º Concurso do MPF é o perfil dos novos examinadores, Denise Abade e Douglas Fischer. Ambos não foram examinadores do concurso anterior, na primeira fase, embora Denise tenha substituído Eugênio na prova oral. Por essa razão, qualquer sugestão em relação a ambos tem um elevado potencial de percepção pessoal, o que é uma forma delicada de dizer que é um chute. Entretanto, como um chute é melhor que nada, resolvi escrever alguma coisa.

Tive oportunidade de ouvir algumas gravações de arguições da Denise na prova oral do MPF no ano passado e achei que ela seguiu uma linha de perguntas muito parecida com a do Eugênio, de modo que eu sugeriria que a prova de 1ª etapa será parecida, ou seja, muita ênfase em tratados específicos, casos e decisões de tribunais internacionais. Isso significa que ler o Rezeck não vai levar ninguém muito longe. Está difícil indicar uma boa fonte para estudo dessa matéria no MPF. As que existem, como o Celso Mello e o André Ramos, são gigantescas. O manual gratuito da ESMPU, que já indiquei aqui, pode ajudar um pouco, mas eu sinceramente não sei se resolve. Vale a referência de que a Denise escreveu um livro sobre cooperação jurídica internacional, de modo que é essencial ler os tratados sobre essa matéria, embora, para a primeira etapa, eu não leria o livro dela todo, mas apenas os tratados. Ela também escreveu sobre processo penal, o que pode indicar uma tendência para questões penais de direito internacional.

Quanto ao Douglas Fisher, como já mencionei antes, trata-se de um examinador focado em jurisprudência. Quem estiver muito afiado nos informativos do STF e STJ, eu acredito, vai garantir algumas questões. Ele tem, como seria relativamente óbvio, um interesse especial nos crimes federais, dos quais eu destacaria contrabando e descaminho (em especial, já que ele sempre esteve lotado na região sul), estelionato previdenciário e crimes financeiros. Acho que a nova lei de lavagem também é presença certa na prova. Douglas já deu palestra sobre isso.

Como disse, não é fácil antever o que um examinador fará, especialmente quando é a sua primeira vez, mas acho que essas orientações dão pelo menos um caminho.

3 comentários:

  1. Prezado Edilson, muito obrigado pelas preciosas dicas! Você poderia indicar onde, na internet, fazer download de áudios de provas orais? Isto é, se for possível ter esse acesso a eles. Estou na graduação e não sei se quero (ou consigo) seguir o caminho dos grandes concursos, mas gostaria de fazer o reconhecimento do terreno primeiro. Por isso acompanho o seu blog, cuja leitura me dá grande satisfação. Muito obrigado.

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  2. Prezado Edilson, muito obrigado pelas dicas, que são extremamente valiosas. Estava ansioso quanto ao comentário sobre os novos examinadores, já que sou fiel leitor do blog. Com relação à examinadora Denise Abade, quais tratados você acha que valeria a pena ler? Grande abraço!

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  3. Caro Procurador, gostaria de entender porque os nomes mencionados como titulares e os de suplentes, minha dúvida é:
    os suplentes também elaboram a prova?

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