segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Ordem e método 3: o sonho do cargo público

Depois de seguir a orientação do post anterior com absoluta sinceridade você terá uma noção de onde você está em termos de proximidade de seus objetivos. Fui um aluno estudioso? Tenho boa base? A partir daí você terá mais condições de traçar seu objetivo em termos de cargo público.

Num dos primeiros posts deste blog (veja aqui) eu disse que cargo público não é uma corrida em que aprovação é a linha de chegada. Cargo público é o início de uma longa carreira, que consumirá praticamente toda a sua vida. Por isso, é muito importante fazer alguma coisa que você goste ou que, pelo menos, não deteste. Mas não sou nem romântico nem alienado e sei que a maioria das pessoas está mais preocupada em passar do que com o cargo que vai ocupar.

Acho que as duas situações têm que ser trabalhadas com ordem e método. 

Caso 1: pessoas que têm o sonho de ocupar determinado cargo. Tome cuidado para que o sonho não te sabote. O sonho deve ser fonte de estímulo, não de estresse. Se esse sonho faz com que você chegue no dia da prova tremendo, achando que sua vida vai acabar se não passar (talvez, de novo) naquela prova, é o momento para repensar isso. O cargo não pode ser maior que você mesmo. Abra um pouco o leque e passe a fazer outras provas, para reduzir a pressão.

Caso 2: pessoas que fazem tudo o que aparece. Tome cuidado para não perder o foco. Fazer concursos para ANAC, Banco Central, MPF, Juiz estadual, tudo ao mesmo tempo, fará com que você tenha que estudar muita legislação específica que cai em cada um deles, mas não cai nos outros. Isso é muito ruim. Escolha um concurso como meta de estudos e foque seus estudos no programa dele. Para fazer outras provas, procure concursos de programas relacionados, de modo que o estudo possa ser aproveitado.

Minha consideração final é: estabeleça metas alcançáveis. É ótimo ter o sonho de ser Procurador da República. Mas se você ainda está no meio da faculdade, você tem outras preocupações mais importantes. Se você acabou de se formar e ainda tem que cumprir o período de efetivo exercício, não se bitole fazendo apenas o concurso do MPF. Você pode até estudar pelo programa do MPF e, como ele engloba praticamente tudo, aproveitar o estudo para ir fazendo outras provas. A aprovação em concursos mais fáceis te dará a força que você precisa para continuar perseguindo seu objetivo final.

Vou terminar com uma citação muito profunda para quem tem a minha idade: “Para voar, deve aprender primeiro a se erguer e a andar. Não se pode voar num relance”. Segundo Akeem, o personagem de Eddie Murphy em “Um príncipe em Nova York”, essa frase é de Nietzsche. Eu não sei se é. Mas a considero verdadeira.

3 comentários:

  1. Professor, 2 perguntas que eu gostaria que o sr. abordasse nos posts seguintes: a) como está a carga horária do procurador da república? Quero ser professor (estou terminando o mestrado. O sr. está no doutorado, logo acho que tem planos semelhantes.

    b) como está a segurança do mpf? o sr. já vivenciou alguma situação complicada?

    grandes abraços, professor, parabéns pelo blog!

    adalberto sá

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  2. Olá, belos artigos inspiradores! Sou acadêmico do 8° Período do curso de Direito, passando para o 9° agora, desde cedo coloquei em pauta o interesse em ser servidor público pela estabilidade e afinidades. De início, garanto, não foi fácil, meu nome sequer aparecia no famoso cadastro de reserva. Porém, fui persistente e consegui, neste ano, 3 aprovações, Fiscal de tributos municipais de minha cidade, meu 1°, Oficial de Diligências da Defensoria Pública, no qual hoje estou hoje, e Técnico do PROCON, que não pretendo tomar posse. Todos de ensino médio e faixa remuneratória restrita. Gostaria de ter um parecer de Vossa Excelência no que tange aos concursos jurídicos: MPF, PRB, TCU, etc. Estou pretendendo me preparar para o concurso de AUDITOR FISCAL DO TRABALHO e também para ANALISTA DE ORÇAMENTO DO MINISTÉRIO DA FAZENDA. Obs: nunca me consubstanciei num concurso dessa magnetude. O Sr. teria algumas dicas ou sugestões para me dar. Tipo: Método s, matérias importantes que na maioria das vezes caem, etc.

    Desde já, agradeço.

    Ueinstein-Willy

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  3. Gosto de cães. E acredito que o trabalho de adestramento para que se possar tirar o melhor deles, em termos de confiança e autoestima, é uma linha tênue, cujo avanço imediato poderá pôr a perder tudo o que fora conquistado a muito custo e dedicação.
    Nos estudos para concursos parece haver algo semelhante com o que ocorre com o aprendizado canino: o candidato precisa enfrentar cada desafio de forma gradual e, sobretudo, reconhecer o momento de avançar de fase, sob o risco de perder o que já conquistou e se frustrar.
    Um cão traumatizado irá recuar mesmo diante do menor obstáculo, ainda que efetivamente aquilo não lhe ofereça mal algum. Por outro lado, aquele que é autoconfiante, porque aprendeu a superar seus medos, irá confrontar as mais graves ameaças sem hesitar.
    O concurseiro deve se autoconhecer, nesse sentido. E avançar com confiança através dos desafios que irão surgir. E assim como um bom adestrador sabe que as fórmulas prontas nem sempre funcionam com todos os cães, o candidato deve ser criativo o bastante para ir além no domínio das competências para ocupar aquele cargo que almeja.
    (Pode parecer bobo o que disse, mas não queria perder a oportunidade de refletir sobre o tema relacionando-o com um dos meus passatempos prediletos).
    Um grande abraço professor Vitorelli, tenho lido muitos seus escritos. God bless you.

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