sexta-feira, 27 de maio de 2011

Bibliografia: uma conclusão

Meus caros leitores, peço, em primeiro lugar, desculpas pelo tempo em que estive ausente. Saí em viagem de férias (o que foi muito bom) e, posteriormente, me engajei em processo seletivo para programa de doutorado (o que não foi tão bom). Aliás, apliquei nessas provas tudo o que venho defendendo aqui no blog: fiz resumos, priorizei as matérias que sabia menos, mas também cometi erros, como qualquer concurseiro: comecei a estudar muito tarde (quem mandou viajar?), avaliei mal a prova e deixei de ler as obras mais recentes dos examinadores. Pensei que enfrentaria um teste mais filosófico, e ele foi bem prático. Bem, ainda não tenho resultados, mas, de todo modo, foi um processo valioso. Aprendi muito. Mesmo que seja reprovado. Isso é uma vantagem de todo concurso.

Bem, o importante é que estou de volta e agora vamos juntos até o dia da prova do MPF, daqui um mês, com posts diários. Aliás, quem fizer a prova em BH, pode ser que me encontre fiscalizando alguma das salas.
Postei já muitas dicas sobre bibliografia. Esse é um assunto quase infinito, e não quero transformar o blog em uma lista sem sentido de livros, como as que estão no Correioweb. O que me parece mais relevante de tudo, depois de tantas postagens de bibliografia é: não existe livro de ouro. Todo livro tem algo de bom e algo de ruim. Aprofunda mais em alguma coisa e menos em outra. Há duas coisas importantes para se tirar disso: 1) não caia na neurose de querer ler tudo. Você não vai dar conta; 2) o importante mesmo não são os livros que você lê, mas o que você tira deles, ou seja, seu método de fixação. Já abordei à exaustão esse tema aqui no blog, e amanhã lançarei mais um post sobre o assunto. O grande problema que vejo na maior parte das pessoas que presta concurso não é falta de estudo. É falta de conseguir reter aquilo que estuda. Se você ler um manual de penal e aprendê-lo bem, é melhor que ler 3 e esquecer tudo em 1 mês.

Sobre a primeira dica: é muito importante criar uma base de raciocínio. Hoje discutia isso com meus diletos assessores da Procuradoria da República em Governador Valadares: é preciso saber para que lado atirar. Partindo do pressuposto de que você nunca saberá tudo, é preciso saber responder coisas que você não sabe. E isso vai sair da base jurídica que você vai construindo com seus estudos (é por isso que insisto tanto, para quem ainda está na graduação: leve seu curso a sério!)

Um exemplo prático: minha dissertação de Constitucional, do polêmico agora ex-examinador Zé Adércio, foi sobre direito à verdade. Eu nunca tinha ouvido falar disso até abrir a prova. Mas havia alguns pontos para serem abordados que davam uma pista do que era. Como a dissertação vale 40, e é preciso fazer pelo menos 50 em 100, ou eu respondia ou estava morto. Respondi, do jeito que deu. Resultado: tirei 18 em 40. Não é uma grande nota, concordo. Mas para quem ia tirar zero, não é nada mal. E esses 18 pontos me salvaram da reprovção.
Tente treinar isso: pegue questões de concursos anteriores e responda da melhor forma possível, mesmo que você não saiba.

P.S.: nesse final de semana responderei a todos os e-mails enviados, aguardem!

6 comentários:

  1. Esse blog é muito preciso: coisa rara é alguém em tão alto e disputado cargo escrever sem prevenções tolas e enfadonhas. O autor consegue. Tudo é aproveitável e parece ter sido escrito para mim. E o melhor escritor é mesmo aquele que fala diretamente a cada leitor, como se fosse um colóquio em mesa de café. Perfeito. Parabéns sinceros.

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  2. Parabéns pelo blog! Ja estou seguindo o RSS

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  3. Quero agradecer por dedicar parte de seu tempo a nós concursandos. Suas observações tem ajudado muito, muito mesmo.

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  4. Estou no 3º semestre da minha gradução.
    Quais as dicas?

    Grande abraço!
    Grato!

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    1. Para você, que ainda está no começo, minha principal dica: faça uma boa graduação. Veja mais na postagem "por onde começar": http://www.edilsonvitorelli.com.br/2009/09/dicas-para-concursos-por-onde-comecar.html
      Abraço

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  5. Grande postagem, tenho apenas uma dúvida: o senhor recomenda a leitura de obras jurídicos-filosóficas, tais como (O Direito e a Vida dos Direito - Vicente Raó; Filosofia do Direito - Miguel Reale etc)

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